
origem da produção do Kopi Luwak (café de
civeta, em indonésio) é ainda um mistério, mas o processo, realizado
principalmente nas ilhas de Sumatra, Java e Bali, se baseia em alimentar os
animais com os frutos das plantas de café e depois recolhê-los das fezes do
mamífero.
O resto da tarefa é feito pelos
empregados das empresas produtoras, incluindo a limpeza do grão de café do tipo
arábico ou robusta e em seguida os processos de tostá-los e moê-los.
"A civeta não chega a digerir
todo o grão de café maduro, as enzimas de seu estômago o modificam e fornecem
características que o tornam único", explicou à Agência Efe Dwija Wati,
trabalhadora de uma produtora de Kopi Luwak do norte de Bali.
O metabolismo do mamífero é capaz de
aproveitar a polpa da baga, mas a semente não é digerida e então é devolvida,
mais rica, à terra.
Wati acrescenta que a civeta tem
"essa capacidade especial, por isso o processo não pode ser feito com
outros animais".

"O resto dos custos são baixos
porque encontramos as civetas na floresta, as trazemos para a plantação e as
alimentamos com grãos de café e fruta, mas precisam de muito tempo para
produzir cem gramas", detalhou Wati.
Rodeados de terraços de arroz e
templos hinduístas, mais de 25 cafezais do norte da ilha de Bali se dedicam a
produzir Kopi Luwak, apesar disso "a produção total nacional não chega nem
aos 1.500 kg", disse a jovem especialista.
No passado, os produtores recolhiam
os sedimentos das civetas na floresta, no entanto, há alguns anos a maioria
conta com fazendas onde mantêm os animais enjaulados, uma medida que propiciou
o sucesso deste tipo de café.
Para que os visitantes compreendam o
difícil processo que há por trás de sua xícara de café, muitas fazendas como a
de Wati permitem visitas às civetas, assim como alimentá-las com grãos para ver
como escolhem as melhores. Os visitantes também têm a oportunidade de
contemplar os sedimentos cheios de grãos de café e observar o processo de
limpeza e de tosta.
"Deste modo, apreciam melhor
nosso trabalho", disse.
O café, de forte aroma e intenso
sabor com pitadas de caramelo e baunilha, fez sucesso entre os paladares mais
apurados dos países europeus, Japão e dos Estados Unidos, no entanto, na
Indonésia não faz muito sucesso entre a maioria dos consumidores.
Embora o principal mercado continue
sendo o local, quase todas as pequenas empresas que se dedicam a produzir este
café procuram aumentar sua exportação, já que no país asiático uma xícara custa
cerca de US$ 6, enquanto nas capitais de outros países do mundo seu preço
oscila entre US$74 e US$123.
Gusti, um hoteleiro da cidade
balinesa de Ubud, explicou à Efe que o café "é caro demais" para os
salários indonésios, motivo pelo qual a imensa maioria das cafeterias do país
não o oferecem a seus clientes, e que, além disso, o sabor é muito forte.
Fonte: Planeta Bizarro. G1.
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